sábado, 28 de dezembro de 2013

Just throwing something out...

Entras e assustas-te com o cenário.
O estreito corredor contém gotículas avermelhadas, e as fotos penduradas na parede, encontram-se distorcidas.
Começas a correr. A correr,a correr, a correr sem parar. Doem-te os pulmões, o ar foge com uma rapidez nata.
E quando chegas,vês.
Vês o grande desastre que sou.
Mas não entendes.
Tenho um sorriso credor e os meus cabelos negros realçam-me as faces rosadas. A luz solar reflecte o verde do meu olhar, e é então que vês.
Tal aparência é uma máscara.
E se nem a máscara é bonita,quanto mais o que por detrás se encontra.
É aí que vês o mar vermelho. É aí que vês a escuridão, o frio, paredes de 4 em 4 brancas,lisas, superficiais.
Demasiado quebradas para serem capaz de suportar uma nova pincelada de tinta.
E vendo que te apercebes, aproximo-me.. Encosto-me a ti e apenas sussurro "desculpa".



Doí-me não ser capaz de fazer algo por ti. Quero arrancar-te dessa dor, dessa mágoa imensa, desse mundo em que vives. Quero quebrar essa máscara que também usas.
Eu sei o que é. E é por isso que me preocupo contigo.
Eu tenho medo que te tornes como eu. Tão frio e cheio de raiva dentro de ti mesmo, que odeies o mundo. Que deixes de acreditar num "amo-te", que deixes de acreditar no próprio "adoro-te" que te disse.
Não quero que te tornes como eu. A desejar que um dia o ar bailasse fora dos teus lábios. A desejar estar só, e inventar desculpas para não sair de casa.
Eu quero ajudar-te, em tudo o que puder.
Não tenho muito para oferecer ,verdade seja dita.
Não sou bonita,de todo.
De inteligência, cada vez penso que tenho menos.
De alma, não há alma mais negra ,rasgada e espezinhada que a minha.
Não tenho nenhum brilho em mim. Sou como uma supernova que virou buraco negro. Que suga apenas tristeza.
Mas, eu tenho 1 coisa que posso dar-te.
Eu posso dar-te a minha mão. Aliás, a mão,o braço, o que queiras, desde que possa fazer algo por ti.
Tu ouviste-me, aceitas-te-me, fizeste algo que nunca ninguém fez. Não me empurras-te para longe, e tiveste de longe, a melhor reacção que pensei que tivesses.
Apercebi-me do quanto grande é tal órgão em teu peito. Faz muito mais que apenas bombear sangue. Acredita.



Eu importo-me contigo.
Podes responder-me mal, podes fazer o que quiseres.
Eu não te vou abandonar.
A C não o fez,pois não?
Eu sei que não passo de uma estranha,mas eu vou provar-te, pouco a pouco, que não tenho qualquer intenção de ferir-te.
Apenas quero que sorrias e não programes o sorriso.
Acredites ou não... ele é lindo.
Pff, quero que sorrias de bom sorrir.
Espero que um dia o consiga fazer.
Fazer-te sorrir.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Something i have to tell you. Something i have to do. My true self to you.

Não sei o que escrever. E nem a verdadeira razão pela qual escrevo.
Suponho que seja para agradar. Coisa que sempre tento fazer. Embora,nunca seja sucedida em tal.
Mas terei de começar por algum lado.
E começo por dizer que se soubesses o quanto odeio cada cm da minha existência,provavelmente te afastarias.
Se soubesses o caco humano em que me tornei, ao longo destes 8 anos, tu afastarias-te.
Mas tu precisas de saber.
Precisas de saber com o que lidas,porque não me vou perdoar se realmente permanecermos neste laço humano,nesta amizade, e tu não saberes de nada.
Em primeiro lugar tenho-te a dizer que os meus últimos 8 anos pouca coisa tiveram de feliz.
Foram 8 anos, e agora a passar para 9 , de pura dor. De lâminas interiores a reconfortarem-me. A solidão a abraçar-me.
Foram 8 anos em permanência total de infelicidade, de ausência de som, de ausência de contacto humano.
E porquê perguntas tu.
Obviamente não irei contar tudo por tudo no blog público. Poderei contar-te detalhes depois.
Mas por agora digo-te isto:
Aos 10 perdi aqueles que considerava pais. Os meus avós.
Para ser sincera só falava com os meus pais à noite, e era apenas para um beijo de boa noite e para me chegarem a roupa da cama ao corpo.
Eram os meus avós que me alimentavam, que me ajudavam, que estavam lá para mim.
Eu era uma criança feliz, sempre a sorrir. Tinha o sorriso mais iluminado que alguém teria o privilégio de ver.
Eu brincava com as outras crianças. Eu saltava, corria, tudo considerado "normal".
Mas aos meus 10, a minha avó partiu.
E passado 2 anos, foi a vez do meu avô.
Ambos foram na época natalícia.
Enquanto todas as crianças sorriam a receber as prendas, eu quase nem prendas tinham. E as poucas que me eram dadas, eram na tentativa de me animarem, coisa que não acontecia.
Deixei de comer. Deixei de sorrir. Deixei de ter sonhos, e passava a todas as noites a adormecer com lágrimas nos olhos, e a única coisa que desejava era morrer.
Em adição à minha depressão, veio o bulling.
Não tinha amigos. Era considerada a "anormal", a "estranha". Eu passeava pelos pequenos passeios da escola em que andava sozinha. E se num dia não recebia um encontrão, ou não me gozavam pela altura ou qualquer outro motivo, era um dia feliz para mim.
E foi então que fiz 13 anos.
E eu sabia que se não fizesse algo, iria-me magoar. Para sempre.
Comecei a refugiar-me na escrita.
Comecei por escrever em pequenos diários, mas rapidamente apercebi-me que perdia a chave facilmente e que se tornava fácil qualquer pessoa abrir e ler.
Então passei a escrever em folhas soltas de papel. Depois queimava-as na fogueira, ou com um isqueiro. E quando isso não dava, apenas rasgava em pedaços minúsculos ,com que se tornava impossível de decifrar qualquer letra.
E aos 15, a depressão piorou novamente.
Foi aí que comecei um dos meus blogs ( o mundo de uma sonhadora).
Foi aí que despejava o meu ódio pela humanidade. Toda a dor que guardei desde dos 10. Os meus 5 anos de repleta solidão e rejeição.
Chegava ao ponto de escrever 5 posts, senão mais, de tal sufoco que tinha na garganta.
E fui escrevendo.
Haviam pessoas que gostavam e me davam apoio. Alguns incentivavam-me a escrever livros.
Mas chegou a um ponto que havia demasiada gente que lia o que escrevia,incluindo pessoas da família. Então,abandonei o blog.
Quando voltei,obviamente toda gente tinha desaparecido.
E eu,magoada,fingi que não me importei. Mas importo-me,sempre.

Para além disto, da minha vida relacionada com a escrita, preciso de te dizer que a nível emocional tenho um problema. E tu consegues ver isso.
Eu odeio o mundo. Com todas as minhas forças. Se tu soubesses o quanto odeio um ser humano, tu terias medo de mim,acredites ou não.
Mas os poucos de quem eu gosto,amo, admiro... eu não gosto deles a 100%. Eu gosto deles a 200%.
O facto de eu nunca revelar o que penso, o facto de eu controlar cada emoção e expressão facial minha durante 8 anos tornou-me assim. E às pessoas de quem gosto, afeiçoou-me a elas, e exagero na minha forma de expressão.
Penso que entendes agora.

E para adicionar a esta maravilha da minha pessoa,preciso de te dizer que sou uma merda. Que ninguém ,verdadeiramente me ama pelo que sou.
Chegou a um ponto que eu controlo tudo o que sou, que nem eu mesma sei o que me tornei.
Odeio-me tanto que nem ao espelho me olho.
Odeio-me tanto,que até a minha escrita passei a rejeitar.
Odeio-me com uma paixão nata, que tu nem sabes.
E odeio cada pessoa que se tenta aproximar-se de mim.
E se me perguntares "odiaste a C , o teu melhor amigo, e até mesmo eu?" , eu irei responder-te com um Sim.
Odeio toda gente.
Mas vocês são os únicos com que eu consigo ser parcialmente "eu".
Que consigo me libertar sem receio.
Eu sei que sou uma aberração. Mas saber que alguém me suporta,é bom. É confortável. É algo que basicamente não tenho.

E aqui é agora que te digo o que a C significa para mim.
Ela obviamente está há mais tempo a lidar comigo do que tu.
Ela ouviu merdas minhas, que nem o próprio diabo sabe.
Ela ouviu,interpretou, respeitou, e apoiou-me.
E tu não sabes... não fazes ideia do que isso significa para mim.
Se eu tivesse de morrer por ela,eu morria.
Porque foi ela a única que me ajudou.
Há uns tempos eu voltei a passar por outra onda negra. Onde os meus demónios pessoais e tão habituais da casa, voltaram a atormentarem-me.
E eu não aguentei mais.
Tinha recaídas diárias. Deixei de comer. Não conseguia parar o fluxo de dor.
Eu não vinha ao skype,nem ao telemóvel.
E ela mandava-me diariamente mensagens a dizer coisas como "S ,espero que esteja tudo bem contigo. estou mesmo preocupada, espero que estejas bem. Adoro-te".
Parecendo que não, se não fosse ela, eu diria-te que não estaria a respirar agora.
Ela salvou-me a vida mais que uma vez.
E ela é a melhor amiga e "irmã" que alguma vez poderei ter.
Por isso é que me preocupo tanto com ela.
Se alguém sequer ousar pensar que vai magoá-la, eu destruo-o. Rapidamente,sem remorsos.
Nunca vou deixar ninguém magoá-la, depois do que ela tanto fez por mim.
Por isso é que defendo tanto e me preocupo tanto com ela.

E por fim apenas te digo que não sou quem queres que seja.
Eu sou eu.
Uma merda a nível emocional, e estou completamente fodida  e mentalmente quebrada. Ninguém é capaz de me voltar a reconstruir. Nem mesmo com cola da melhor, a tentar colar cada caco, conseguem.
É por isso que penso sempre como será quando tiver contigo.
Eu quero dar-te a imagem da rapariga pequenina,fofinha,perfeita. Aquela miúda que parece que tem a merda toda dela junta, que tem tudo perfeito na vida dela. Que está completamente bem, e mentalmente sã.
Eu quero sorrir e quero que tu acredites.
Porque eu não quero que ninguém me descubra. Que descubra a merda que sou e que me tornei.
Porque odeio estar assim,tão vulnerável.
E sei que quando te ler isto hoje,vou parar inúmeras vezes para chorar. E vou tentar conter um ataque de choro.
Mas eu TENHO de te ler isto.
Tu precisas de saber, para ser justo.
E apenas,peço desculpa.
Por tudo.
Sei que não gostas que o peça,mas peço. Porque te tornas-te alguém de especial para mim. Com que me importo realmente. E assim como desejo que a C seja feliz e não se magoe, eu desejo o mesmo para ti.
E lamento. Lamento que tenhas sofrido tanto.
E aliás, eu tenho de te dizer que sempre que leio um texto teu,mata-me.
Eu choro porque entendo o que é amar alguém tanto ,que nos mata. Eu sei o que é isso.
E sei o que é perder a esperança,perder o sentido de acordar todas as manhãs para ir para a merda da rotina diária. Não nos diz nada.
Perdemos aquilo que nos era mais precioso, e isso mata. Dilacera. E eu sei disso.
E ler o quanto tu a amavas, e saber que sofreste tanto por tal perda,mata-me.
Doí-me saber que sofreste.
E eu não quero que sofras.
E é por isso que escolhi este texto para te ler hoje.
Desculpa se é muito grande, mas tinha de te dizer isto.
Tinha de te ler, e contar.
Se não me quiseres falar mais após isto,entendo perfeitamente.
Respeito a tua decisão.
E apenas agradeço pelo tempo que tiveste comigo, que me ajudas-te, que aturas-te as minhas merdas e te tornas-te meu amigo.
Obrigada.
E dir-ti-ei o mesmo que digo à C e ao meu melhor amigo,por mais sentimental e estranho que para ti seja. Adoro-te.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Triste canção de embalar.

Vejo-te aí. Parado. A sorrir para mim.
Sinto a brisa gélida a soprar por entre meus cabelos, e sei.
Sei que o Inverno chegou.
Sinto-te a dançares em minha volta, oh flocos dolorosamente belos.
Vejo-te engasgar no coração que partes, e maliciosa-mente sorris.
Nunca te importas-te.
E a neve caindo, mais pura que a inocência, acolhe-me na sua maré gélida, prometendo-me um frio embalador. 
Oh triste canção de embalar.
Pobre criança que desconhece o mundo, e imortalidade do gelo.
Mas ouve-se entre o povo dizer que quem governa o frio, o frio trará.
E eu trarei o frio.
Irei quebrar o teu coração,pedaço por pedaço, e irei desfrutar de cada segundo.
Sadista insaciado, apenas me oferendes solidão. Mas esta eu já embalo há 8 anos.
E no dia mais belo e ensolarado de Verão, irei chegar e espalhar as cinzas de meu mortal corpo, e triste coração.
Se ao menos eu fosse gélida o suficiente...





segunda-feira, 18 de março de 2013

Just hard to say goodbye...

Estou deprimida. Sem fôlego. Ausente de esperança. 
O céu vai escurecendo à medida que eu, Misaki Mei, vou calcando o atrito que conduz ao meu destino - a minha casa.
À medida que vou caminhando sinto uma pressão em mim tão outrora conhecida, e sem me questionar penso "como seria bom ter um fim nisto".
Lentamente penso como seria sentir o ar a fugir dos pulmões. A ausência de consciência. De dor. De futuro próximo. 
Subitamente, sinto um calor ondulante e oval a deslizar-me pela cara. Tudo o que tinha até então guardado borbulha pela minha garganta fora e brutalmente grito. 
Sinto o vento cortar-me a cara. As lágrimas a blindarem-me a visão. O ar a não chegar a devido tempo aos meus pulmões. O meu coração a mil à hora. 
Tenho medo. Mas sinto-me viva.
O medo é o que me faz sentir viva. Viva a morrer.
Uma pedra animadamente rouba-me o equilíbrio e faz-me estatelar no chão. 
Sinto-me cansada. Exausta aliás. Emocionalmente e fisicamente. É então que sinto o peso do cansaço rodear-me amavelmente e fecho os olhos. Fecho os olhos para algo turbulento e animalesco, tão melhor ou quanto pior a minha realidade inquestionável.
Mas nada interessa.
Estava desmaiada. Desaparecida do meu mundo vulgar.
O ar oscilante dos meus pulmões e as contínuas lágrimas que desciam pelo meu rosto revelavam a minha ansiedade. Até mesmo no sono ela revela-se...
Adeus mundo.
Adeus realidade.
Adeus. 
Misaki Mei.




sábado, 16 de fevereiro de 2013

Suspiros 2#

Um suave desabafo paira no ar.
Olhares trocam-se. Frustrações confessam-se. Ânsias ,mortalmente censuradas.
Tecido humano é explorando por ditas criaturas. Tal malvadez é inigualável.
Unhas cravam-se. Sorrisos esboçam-se. Expira-se o que sempre esteve contido.
Decorrem anos em segundos. Acontecimentos prolongam-se na breve fita de novela tão pessoal. Enredo mais significativo que outrora, e apenas nós somos os seus merecedores.
Musicalmente rimo-nos por entre as linhas do passado e futuro.
O jogo é nosso, e as regras aleatórias.
Afinal, o que melhor do que o pecado enraizado?
Espasmos. Risos. Suspiros. Pura, sensual, epicuresca mortalidade.
Nada melhor do que o fruto proibido.
E eis que a sensação prolonga-se noite a dentro, à próxima manhã.
A próxima existência.
Existencial irmandade. Nostálgica imperfeição.
Perfeição conjunta.
Infinidade infindável. Inquestionável. Apaixonante.
Maravilhosa conjuntura infinita...



S*

sábado, 26 de janeiro de 2013

Suspiros - 1#

Suspiros teus ressoam pela divisão. Melancólicos. Sensualmente gritantes.
Dissabores,dizes tu. Dissabores em teu corpo, em tua alma.
Implicitamente, tentas aplicar-me a mesma sentença.
Corpos fundem-se em um só. 
A intensidade e o ritmo do compasso cardíaco, aumentam progressivamente.
Dicotomia de sabores. Dicotomia, oh sim, tão imoral...
E eis que ouço esse arranhar na voz. Esse som arrastado, provocado pela satisfação.
Corpos unidos. Almas seladas.
O conceito ético e moral revelam-se subjectivos, e a ânsia,o desejo aumentam.
Oferenda conjunta , dizemos sintonizados, dando lugar aos arranhares, tremores e pragas.
Nunca a falta de civismo, a ousadia, e a patente falta de carácter, souberam tão bem.
Deuses brandem ao banquete,oferecendo-nos a sua bênção.
E nós protagonistas, aceitamos de bom grado 
Afinal, saltar da linha nunca foi tão tentador...
Tentação. Palavra chave deste mistério tão concreto.
Misteriosamente nosso.
Apenas, nosso.



(im)perfeita*

Meu ser epicureu

Epicurismo explicito, corpo sedento em busca de resposta.
Eis a razão pela qual crio este espaço, para expressar o meu lado epicuresco. Lado desconhecido, e apenas relevado aos merecedores de tal.
Suspiros melancólicos, gemeres e tremores serão o que vão encontrar aqui.
Não me julgais, nem me vides com moralidades.
Cada alma tem este lado.
Eu apenas decido revelar o lado mais sensual da minha mente tão humana e limitada, mas tão criativa e imparcial.
Bem-vindos, ao meu mundo epicureu.

(im)perfeita*